CARTA ABERTA AO DEPUTADO MARIO NEGRO MONTE E AO SEU PAI, O MINISTRO MARIO NEGROMOTE
Por: *Cecílio Almeida Matos
Sr. Deputado, Sr. Ministro;
Como cidadão brasileiro, que paga impostos, como servidor público sem cargo comissionado, eis que legitimamente ingressado pela via do concurso publico, venho de punho, manifestar minha indignação para com os maus tratos que o povo humilde, desempregado e pobre desta cidade tem sofrido.
Vejo a cidade, por todos os cantos imunda, lixo caído nas ruas, lombadas sem sinalização, avenidas sem controle rodoviário e de velocidade, maternidades fechadas, pontos turísticos largados á própria sorte, marginais enfrentando policiais, delegacias superlotadas, postos de saúde tendo servidores atendendo a plebe ao gritos e humilhações; denuncias de todos os lados e que não se trata de puro “denuncismos”. Tem-se um aeroporto sub-aproveitado, um terminal rodoviário ultrapassado e dentre outras coisas um hospital particular, conveniado com o SUS recebendo verba municipal para atender de forma duvidosa os pacientes.
Eu sou testemunha, porque no dia 03 de junho estive no Nair Alves com uma grave crise cardíaca e em que pese alguma preocupação do médico que lá estava plantando seu ofício, portanto, plantonista, não havia médico cardiologista. Pois bem, após me prontificar em pagar a um cardiologista(que me tratou com muita deferência) é que somente ás 19 horas o mesmo foi providenciado. Ou seja, cheguei no hospital com crise hipertensiva ás 7:30 da manhã, pedindo eu mesmo para ser colocado no oxigênio e tomando meus próprios medicamentos que havia levado comigo.
Ao chegar o cardiologista tomou conhecimento da gravidade do meu estado de saúde (obstrução do tronco da coronária esquerda em 75%) e orientado por uma médica da família, por telefone em Salvador adotou as medicações necessárias.
Veja que gravemente, não havia médico cardiologista, este foi providenciado a posteriori, mediante promessa de pagamento de honrários. Pois bem, surpreendeu-me que após a conversa com a médica familiar (minha irmã) sugeriu-se que este declarante fosse removido para um hospital em Salvador, cujo custo da operação de manejo seria R$ 4.900,00 (-) quatro mil e novecentos reais, informação esta que só fora me transmitida pela manha do dia seguinte. Apenas na noite anterior ficou acertado que seria necessário a remoção, sem se falar em custo.
Quanto ao médico cardiologista; este, mesmo tendo desistido de cobrar, por ter me comprometido, fiz questão de remunera-lo até mesmo pelo bons préstimos dos seus serviços á minha pessoa. Curioso é que só resolveram providenciar um cardiologista (ás pressas) quando me manifestei no interesse de pagar.
Já no dia seguinte, minha família providenciou um motorista e minha irmã, após tomar conhecimento dos exames e seus resultados, entendeu não se fazer necessário eu pagar aquela fortuna para ser removido de ambulância UTI, ambulância esta que viria com um médico de Aracajú, cuja reputação aqui farei questão de eticamente não abalar. Acredito que minha sorte foi ter tido uma irmã médica, do contrário morreria á mingua ou de susto pela conta de um atendimento que haveria de ter sido gratuito.
Tal acontecimento me leva a crer que o NAIR ALVES DE SOUZA PRECISA URGENTEMENTE DE UMA AUDÍTORIA, PRECISA SE SABER COM QUE SE GASTA, COMO SE GASTA E DE QUE FORMA SE GASTA O DINHEIRO DA GESTÃO MUNICIPALIZADA DA SAÚDE NAQUELE HOSPITAL PARTICULAR.
Tenho certeza que algo de muito estranho acontece ali, se não, não apareceriam médicos cardiologistas em plantão onde não havia nenhum se quer, e muito menos ambulâncias UTIs para transporte de pacientes que deveriam ser removidos pelo sistema Único de Saúde.
É preciso se saber quantos médicos existem contratados, quantos tem Registro no Conselho de Medicina, quantos são na verdade estagiários, quantos são terceirizados, com que receita se paga a todos eles e se por algum motivo se aplica tratamento diferenciado entre ricos e pobres.
Friso que ,muito embora em que pese a atenção dedicada pelo cardiologista “providenciado” fiz eu mesmo questão de remunera-lo, visto que fora esse o meu compromisso quando às 13 horas, não suportando a falta de cuidados especializados afirmei que remuneraria um cardiologista qualquer que me atendesse.
Pois bem. Passo de publico e formalmente a requerer à V.Exas. Ministro e Deputado Negromonte que seja adotada providencias junto á Controladoria Geral da União para que se apure mediante auditoria a gestão das contas do hospital Nair Alves de Souza, devendo ser esclarecido exatamente quantos médicos terceirizados existem, quantos são graduados e especializados, quantos possuem registro no conselho de medicina, quantos são estagiários e quem os supervisionam, quanto é repassado pela prefeitura ao Hospital Nair Alves de Souza, porque não te sem um médico cardiologista constantemente á disposição do público, quais são as despesas e suas comprovações devidamente declaradas, quais os impostos pagos pelo Nair Alves de Souza, uma vez que se trata de hospital particular e não filantrópico ou publico.
Se existe terceirização de serviços qual foi a licitação que aprovou a contratação e porque terceirizou-se, se o serviço é municipalizado.
Finalmente que se esclareça quais são as fontes pagadoras, que assegurem a receita e sólida comprovação das despesas geradas.
Diante disto caro Senhor Deputado Negromonte Jr e Ministro Negromonte, faço de público e formalmente tal requerimento, informando que se nada for adiantado, serei ei mesmo que o farei diretamente junto á Controladoria Geral da União, com pedido de providencias àquele órgão fiscalizador.
Como acredito na seriedade de Suas Excelências, torno meu requerimento público para que de público suas Excelências se manifestem sobre as adoções das medidas inferidas.
É o que peço, é o que requeiro.
* Cecílio Almeida Matos: Cidadão brasileiro, eleitor e conseqüentemente em pleno gozo de seus direitos ao exercício da cidadania (artigo 5º ,Inciso XXXIV,a da Constituição Federal)
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