UM CONGRESSO NACIONAL CONTAMINADO E VICIADO NÃO TEM MORAL PARA TENTAR UM GOLPE CONTRA A PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF
Metade do Brasil não gosta da presidente Dilma. A (quase) metade que votou contra ela em outubro.
Desta metade, pode-se dizer que uma metade – pelo menos – a odeia. Não a suporta, quer vê-la pelas costas.
Acontece que uma outra metade, se não ama Dilma, votou nela em outubro (na verdade, um pouquinho mais que a metade).
Que a eleição foi impecavelmente democrática, não há quem não
reconheça, a não ser aquele delirantes paranoicos que desconfiam da
isenção tecnológica das urnas eletrônicas.
Agora uma parte daquela metade derrotada nas urnas quer pedir o impeachment da Dilma porque não gosta dela.
Digamos que eu não goste do síndico do meu prédio, ou do zelador, ou
do treinador do meu time (felizmente não é o meu caso, caro internauta, é
só uma hipótese).
Então eu me acho no direito de demiti-los porque não vou com a cara deles.
Vão dizer: mas tem o caso da Petrobrás.
É a Petrobrás é um escândalo gigantesco que o Ministério Público e a
Polícia Federal estão investigando com aquele seu conhecido critério
seletivo.
A corrupção na Petrobrás envolve o PT e também outros partidos
irrigados pelas propinas, inclusive partidos que estão na oposição, como
o PSDB e o PSB.
Não existe vínculo direto entre a pessoa física da presidente e a
corrupção na Petrobrás, como havia, por exemplo, comprovadamente,
vínculo financeiro entre o ex-presidente Collor e o tesoureiro que
extorquia das empresas e dos empresários.
Histórias de corrupção no metrô de São Paulo e no Rodoanel existem
mas nem o Ministério Público, nem a Polícia Federal, muito menos a mídia
hegemônica têm o menor interesse em apurar a fundo, já que pode
respingar – como já respingou – em algum amigo da casa.
Fazer o Impeachment da Dilma e não do governador Geraldo, é isso?
Impeach a Dilma e bater palmas – como estão muitos fazendo – para o
impoluto empresário do submundo Eduardo Cunha, elevado à presidência da
Câmara e à condição de enésimo salvador da pátria?
Se é para restaurar a moralidade, se é para acertar as contas com
alguém que a gente não engole, só porque a gente não a engole, o melhor é
fazer um impeachment coletivo, amplo e geral – ressalvando-se, é claro,
meu síndico, meu zelador e o Tite, do Corinthians.