CNJ contra a impunidade
Declaração de ministra do STJ, Eliana Calmon, causa polêmica entre magistrados
A declaração dada na semana passada pela corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon, de que há “bandidos escondidos atrás da toga”, abriu uma crise profunda no Judiciário brasileiro. A magistrada baiana agiu com bastante coragem ao reagir de forma veemente à tentativa de alguns juízes de reduzir os poderes de investigação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que coordena e fiscaliza a atividade judiciária de tribunais e juizados.
Corregedora do CNJ desde 2010, Calmon tem pautado sua atuação na defesa da dignidade e celeridade. Não considerei, em momento algum, a fala da ministra do Superior Tribunal de Justiça uma afronta aos juízes honestos, que trabalham muito e são a maioria no nosso país. Na verdade, ela quer melhorar a imagem de uma instituição essencial para o bom funcionamento da democracia, mas que sofre com a falta de credibilidade. Uma tarefa difícil, mas que vem sendo bem conduzida.
O problema é que a afirmação da magistrada atingiu em cheio uma parte da classe acostumada a utilizar o corporativismo para manter um ciclo de impunidade e que precisa ser combatida. Se há uma grande cobrança sobre os políticos por um comportamento ético e correto, o mesmo deve ser feito com relação aos magistrados, que também são homens/mulheres públicos e devem prezar pela transparência e prestação de contas das suas ações.
Parabenizo a ministra Eliana Calmon pelo afinco com que tem lutado contra a impunidade. Precisamos urgentemente de pessoas como ela em todas as áreas. Isso orgulha o brasileiro e nos enche de esperança de viver num país mais justo.
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