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segunda-feira, 8 de julho de 2013

PROF. GILBERTO GOMES - PAULO AFONSO, NA BAHIA , PERDE UM GRANDE EXEMPLO DE HOMEM DE VERDADE E DE BEM


Tão importante quanto o Coronel Delmiro Gouveia, o Professor Gilberto Gomes era a referência para cidade de Paulo Afonso, na Bahia. Foi quem abriu os horizontes acadêmicos para a cidade, exportando para o mundo profissionais preparados e acadêmicos de expoência Nacional.Este blog solidariza-se com a família, desejando os pêsames e as condolências merecidas.


Morre aos 85 anos, Gilberto Gomes, do Colégio Sete de Setembro!
Redação 
redacao@ozildoalves.com.br

Crédito: Divulgação

Por volta das 21h30min desta segunda-feira (8) morreu aos 85 anos Gilberto Gomes de Oliveira, ou simplesmente seu Gilberto, como era carinhosamente chamado por todos que o cercavam. Professor Gilberto foi um dos maiores incentivadores da Educação do município de Paulo Afonso! Diretor-presidente do Centro Evangélico de Recuperação Social de Paulo Afonso, do Colégio Sete de Setembro e da Faculdade Sete de Setembro. O educador faleceu no Hospital Municipal de Paulo Afonso quando estava sendo preparado para ser levado por uma equipe médica a uma unidade hospitalar em Recife-PE, onde também encontra-se internado seu filho mais velho, Jackson Gomes de Oliveira com sérios problemas na coluna.
A pedido de sua fiel esposa Wilma Oliveira, o corpo de seu Gilberto está sendo velado na quadra de esportes do Colégio Sete de Setembro, local onde dedicou a maior parte de sua vida e era considerada a sua segunda casa..
Conheça a história de seu Gilberto Gomes de Oliveira produzida em novembro do ano passado pelo também educador Antônio Galdino e publicada pelo portal Ozildo Alves em homenagem aos seu 85 anos:
Distante apenas dezoito quilômetros de Floresta, sede da comarca, ou três léguas, na linguagem mais popular dos sertanejos, havia uma fazenda, Várzea das Caraíbas, hoje encoberta pela águas da Barragem de Itaparica, assim chamada pela sua localização num vale ou várzea, cortada por riacho, rodeada de caraibeiras que na floração ainda tornava mais bela a paisagem sertaneja.
Professor Gilberto Oliveira, 85 anos de vida!
Seu Gilberto completou 85 anos em novembro do ano passado
Próximo estava o Riacho do Navio, que tem esse nome porque nas suas margens havia uma grande rochedo, um lajedo, cuja forma lembrava o formato de um navio. Suas águas deságuam no Rio Pajeú, um dos afluentes do Rio São Francisco, conhecido nacionalmente pela música de Luiz Gonzaga, “Riacho do Navio”. A Fazenda Várzea das Caraíbas ficava à margem do Rio Pajeú, bem antes dele se encontrar com o rio São Francisco.
Nesse cenário, nesta fazenda, nasceu, Gilberto Gomes de Oliveira, em 24 de novembro de 1927, o terceiro da grande prole de doze filhos do Sr. Luiz Gonzaga de Oliveira e D. Maria Gomes de Oliveira.
No início dos anos 50, o Distrito de Paulo Afonso, ligado ao vizinho município de Glória, vivia o apogeu da construção da primeira usina hidrelétrica da Chesf.
A empresa, imponente, montou uma portentosa estrutura urbana para beneficiar os seus milhares de empregados e familiares.
Acervo Col. Sete de Setembro
Escola Evangélica Antônio Balbino

Era o Acampamento da Chesf. Ali tudo havia em abundância. Era o centro da vida do povoamento que se formava à sua volta e que ficou conhecida como Vila Poty porque grande parte dos casebres que a formavam, e onde moravam os trabalhadores que iam chegando para a construção da hidrelétrica, eram forrados e cobertos por sacos vazios de cimento da marca Poty, consumido às toneladas na construção da barragem e da usina.
A cooperativa, comercializando de tudo a preços módicos, o hospital que atendia a todos, o posto de puericultura, distribuindo leite para as crianças, o campo de futebol, os únicos clubes sociais da cidade, o Clube Paulo Afonso - CPA, para os engenheiros, chefes, encarregados, pessoal de nível superior e o Clube Operário de Paulo Afonso - COPA , para os operários. O único Banco do lugarejo - Banco da Bahia, ao lado do mercado público, os correios, ao seu lado, o mercado público, a feira livre e as escolas da Chesf, as únicas do lugar. Tudo funcionava dentro da área conhecida como “a cidade da Chesf”, bem arrumada, ruas planejadas, saneamento básico, praças, calçamento.
As escolas, estas recebiam apenas os estudantes filhos dos empregados da empresa e muitos dos que viviam na Vila Poty não podiam estudar pela inexistência de outras opções. Na Chesf, várias escolas, milhares de estudantes, até um ginásio. Na Vila Poty, nada.
Acervo Col. Sete de Setembro
Gilberto (Arcevo Colégio Sete)
Chegado a Paulo Afonso no início de 1951, para trabalhar na Chesf, Gilberto Oliveira viu nascer no seu coração o desejo de criar uma escolinha na chamada Vila Poty, hoje Ilha de Paulo Afonso, e ali, com o incentivo do pastor João Cartonilho, fundou a Escola Evangélica Antônio Balbino que, além de oferecer a educação incial às crianças pobres do lugarejo que crescia desordenadamente, dava assistência social às famílias mais carentes que ali moravam.
Para isso, contava com o trabalho voluntário de sua esposa Wilma Eugênia e das professoras Adeilda Xavier e Lindinalva Cabral, de outros colaboradores e, nos primeiros tempos, de algumas igrejas evangélicas que já se organizavam no lugar conhecido como Vila Poty.
Era o ano de 1955. Em 1956, a Vila Poty passou a ser Distrito do município de Santo Antônio da Glória, de quem ficava distante 30 quilômetros.
A escolinha evangélica crescia a cada ano. Em 1958, viu-se a necessidade de se ter uma instituição que permitisse a busca de recursos estaduais ou federais para dar continuidade a esse projeto educativo e social.
Com a colaboração dos pastores João Cartonilho e Onésimo Nascimento, foi fundado o Centro Evangélico de Recuperação Social de Paulo Afonso, de caráter filantrópico que tinha por missão administrar a Escola Antônio Balbino e desenvolver ações sociais para amparar as crianças e famílias em situação de carência sócio-econômica.
Acervo Col. Sete de Setembro
Professor Gilberto e Wilma Oliveira (Arcevo Sete)
A procura por vagas na Escola Evangélica Antônio Balbino crescia a cada ano e em pouco tempo a sua matrícula chegava a 500 alunos. Essa procura fazia igualmente cresceram as dificuldades para a sua manutenção.
Por outro lado, a evolução dos trabalhos na Chesf indicavam a construção de outras usinas promovendo, paralelamente, o crescimento do comércio e de serviços para atender ao crescente aumento da população local.
Os comerciantes e empresários que se estabeleceram na cidade, emancipada há poucos anos, tinham que mandar seus filhos para estudar em outras cidades, pela falta de oportunidade nas escolas da Chesf. A diretoria do Centro Evangélico decidiu então, em 1964, criar o Ginásio Sete de Setembro e com a receita continuar mantendo a Escola Antônio Balbino e também, no Ginásio, oferecer parte das vagas para as famílias mais carentes do município.
Esta é uma das muitas vidas desse nordestino de Floresta que nasceu em 1928 na Fazenda Várzea das Caraíbas, às margens do Riacho do Navio.
divulgação
Colégio Sete de Setembro
Acompanhando os passos da longa caminhada do Professor Gilberto Oliveira, desde que saiu de Floresta do Navio e fincou raízes em Paulo Afonso vamos encontrá-lo sempre eficiente nos afazeres, nas atividades do Serviço de Apropriação da Chesf e depois na Fachesf, onde também foi convidado a prestar o seu serviço. Entre cálculos e papéis na Chesf e na Fachesf ficou mais de 35 anos. Nas folgas, nas horas da noite, seguia o projeto de educação da Escola Antônio Balbino, do Centro Evangélico de Recuperação Social de Paulo Afonso, do Ginásio Sete de Setembro e depois da Faculdade Sete de Setembro.
Incansável e mesmo com tantas atividades, o sertanejo florestano trabalhou também na construção de outro grande projeto: a criação da Igreja de Cristo Pentecostal do Brasil em Paulo Afonso, uma das pioneiras da cidade.
Foto: Antônio Galdino
Faculdade Sete de Setembro
Ao chegar aos 85 anos, Gilberto Oliveira, educador nato há quase sessenta anos, pode ser encontrado na sua mesa de trabalho no Colégio Sete de Setembro, todos os dias e, mesmo que com os movimentos e a liberdade de expressão restringidos pelos males físicos que o afligem nesses últimos anos, a sua memória privilegiada trouxe aos nossos dias as histórias e memórias destes primeiros e difíceis tempos iniciais da vida desta região, lembranças nítidas de fatos, dados, traços fisionômicos apresentados com perfeição. Em cada momento nunca deixa de agradecer a Deus, olhos para o alto, pronunciando o que disse o profeta Samuel: “Até aqui me ajudou o Senhor.”
Foto: Antônio Galdino
Professor Gilberto Oliveira
Nessa idade, 85 anos de vida intensa, a saúde combalida não o prendem numa cama. Todos os dias, os seus passos miúdos e firmes, o levam, procurando as sombras, da casa, na rua da frente, ao seu escritório no Colégio Sete de Setembro troféus e relíquias históricas desta caminhada de educador.
Quando chegar ao momento de parar, o professor Gilberto Oliveira terá bem viva a mensagem do Apóstolo Paulo, escrevendo ao Timóteo: "Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda." (2 Timóteo 4.7-8).

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