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quinta-feira, 12 de junho de 2014

POLÍCIA FEDERAL PRENDE JUIZ POR CORRUPÇÃO...

VENDA DE SENTENÇAS BENEFICIAVAM PRESOS PERIGOSOS





O juiz Amaury de Lima e Souza, de camiseta preta, ao lado do juiz da corregedoria de Belo Horizonte, deixando o apartamento onde mora, em Juiz de Fora - Fernando Priamo/Tribuna de Minas

Belo Horizonte – O juiz da Vara de Execuções Criminais de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, Amaury de Lima e Souza, é o alvo principal da Operação Athos, da Polícia Federal (PF), deflagrada na última terça-feira para desarticular uma das maiores quadrilhas de traficantes de drogas do país e lavagem de dinheiro. Segundo apontam as investigações, o magistrado recebia propina para beneficiar os bandidos com decisões judiciais favoráveis. Membros do PCC, o Primeiro Comando da Capital, estão entre os investigados.


Na madrugada desta quinta-feira, o juiz foi preso em flagrante pela PF, em Juiz de Fora, por porte ilegal de armamento. Ele foi conduzido para a Superintendência da PF em Belo Horizonte. Em seu sítio foi encontrado um arsenal de armas de uso restrito e explosivos. Apesar de não ter decido a favor da prisão pela suspeita de envolvimento com o tráfico, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) afastou Amaury de Lima e Souza do cargo por tempo indeterminado e abriu uma investigação interna. Os mandados de busca e apreensão nos imóveis foram deferidos.


O GLOBO apurou dois indícios do suposto envolvimento do juiz com a quadrilha. Em um deles, ele teria proferido sentença concedendo prisão domiciliar para Álvaro Damião Roberto, dos maiores traficantes de drogas do Brasil. Único foragido da operação, o bandido está procurado pela Interpol no Paraguai. Membro do PCC, Álvaro estava preso em Fortaleza, mas acabou transferido para Minas. Em um vídeo, gravado com autorização da Justiça, o juiz foi flagrado beijando a advogada de um dos traficantes, dentro de um elevador, após ter recebido propina, sustenta a PF.


A Justiça bloqueou R$ 70 milhões em bens da quadrilha. A lista inclui cinco aeronaves, quatro lanchas de luxo, jet-sky, carros de luxo e um apartamento em Ipanema, de propriedade de um traficante, avaliado em R$ 7,5 milhões. De acordo com a PF, o empresário Aurélio David Salgado, de Juiz de Fora, é o financiador da quadrilha que tinha ramificações em Minas, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Os carregamentos vinham da Bolívia e do Paraguai. Aurélio é irmão do investidor Adalberto Salgado Junior, que ficou nacionalmente conhecido por suas relações com o banco PanAmericano.


Na terça-feira, dia da Operação Athos, o grupo especial de 25 desembargadores do TJMG se reuniu em uma sessão pública para apreciar o pedido de prisão e de mandado de busca e apreensão contra o juiz. Investigadores que atuaram na ação criticaram o posicionamento público do tribunal. Para eles, o sistema propiciou o vazamento de informações, tanto que Amaury de Lima chegou a preparar um café da manhã para receber os policiais.


Por meio de mensagem de celular, o advogado do magistrado Augusto Mendes, informou que está ocupado, mas que irá retornar aos pedidos de entrevista.


O defensor Ricardo Fortuna, que acompanhou o empresário Aurélio Salgado até a delegacia no dia da operação, informou que teve acesso a cópia do inquérito, mas que não iria se manifestar por se tratar de documentação sigilosa. “O advogado é obrigado manter o sigilo de todas as pessoas processuais até mesmo para não incorrer em crime”, resumiu. O TJMG informou, por meio de assessoria, que está preparando uma nota para se posicionar sobre o assunto.


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