Deputado acusa Petrobras de querer lotear contratos para grupos estrangeiros
Jornal Grande Bahia | Redação | Publicado em 14/01/2015
O deputado federal Bebeto Galvão (PSB)
ficou estarrecido com a decisão da Petrobrás de publicar um edital de
licitação para contratar blocos para a construção dos equipamentos da
indústria naval no país através de grupos estrangeiros, proibindo a
participação de empresas brasileiras nos serviços.
Bebeto, que é presidente do Sindicato
dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial (SINTEPAV) e
secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores da
Construção, avalia que essa postura configura um verdadeiro “tiro no pé”
e um espancamento sem precedentes ao processo de reconstrução do setor
industrial do Brasil, iniciado pelo ex-presidente Lula, que permitiu ao
país uma escala de crescimento, garantindo possibilidades para a melhora
da indústria nacional, com a reformulação dos modelos de contratação,
de forma que garantiu o fortalecimento do conteúdo nacional.
Galvão denuncia ainda que “essa medida
desastrosa pode representar a demissão de cerca de 100 mil trabalhadores
em todo o país e o início de um caos sócio econômico gigantesco.” Ele
já iniciou um processo de mobilização com diversos sindicatos para
protestar contra a decisão da Petrobras e, caso a situação não seja
revertida, promover uma greve da classe trabalhadora do setor em todo o
território brasileiro. Para se ter uma ideia, cerca de 300 mil
trabalhadores terceirizados atuam a serviço da estatal e deste montante
80 mil trabalhadores estão na indústria naval.
Bebeto exige que a presidenta Dilma
Rousseff se retrate com a população porque permitiu que a gestora da
Petrobras, Graça Foster, tenha cometido esse verdadeiro boicote à
economia nacional. “Isso é um absurdo sem tamanho. Não estou me
reconhecendo em que Brasil estamos vivendo, que deveria priorizar
política industrial, que é capaz de gerar riquezas, bens e serviços para
fortalecer a economia nacional, mas está simplesmente a promover um
loteamento do país para grupos estrangeiros. Não podemos aceitar isso.
Ou o governo soluciona esse disparate ou os trabalhadores vão fazer uma
paralisação no país nas mesmas proporções”, avisa Bebeto.
0 comentários
Postar um comentário