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sábado, 9 de fevereiro de 2013

PRESIDENTE DO SENADO BRASILEIRO DESMASCARADO EM CARTA ABERTA


Thereza Collor é filha do politico Alagoano João Lyra.

"Vida de gado. Povo marcado. Povo feliz". As vacas de Renan dão cria24 h por dia. Haja capim e gente besta em Murici e em Alagoas! Uma
qualidade eu admiro em você: o conhecimento da alma humana. Você sabe
manipular as pessoas, as ambições, os pecados e as fraquezas.

Do menino ingênuo que eu fui buscar em Murici para ser deputado
estadual em 1978 - que acreditava na pureza necessária de uma política
de oposição dentro da ditadura militar - você, Renan Calheiros,
construiu uma trajetória de causar inveja a todos os homens de bem que
se acovardam e não aprendem nunca a ousar como os bandidos.

Você é um homem ousado. Compreendeu, num determinado momento, que a
vitória não pertence aos homens de bem, desarmados desta fúria do
desatino, que é vencer a qualquer preço. E resolveu armar-se. Fosse
qual fosse o preço, Renan Calheiros nunca mais seria o filho do Olavo,
a degladiar-se com os poderosos Omena, na Usina São Simeão, em
desigualdade de forças e de dinheiros.

Decidiu que não iria combatê-los de peito aberto, descobriria um
atalho, um mil artifícios para vencê-los, e, quem sabe, um dia
derrotaria todos eles, os emplumados almofadinhas que tinham
empregados cujo serviço exclusivo era abanar, durante horas, um leque
imenso sobre a mesa dos usineiros, para que os mosquitos de Murici (em
Murici, até os mosquitos são vorazes) não mordessem a tez rósea de
seus donos: Quem sabe, um dia, com a alavanca da política, não seria
Renan Calheiros o dono único, coronel de porteira fechada, das terras
e do engenho onde seu pai, humilde, costumava ir buscar o dinheiro da
cana, para pagar a educação de seus filhos, e tirava o chapéu para os
Omena, poderosos e perigosos.

Renan sonhava ser um big shot, a qualquer preço. Vendeu a alma, como o
Fausto de Goethe, e pediu fama e riqueza, em troca.

Quando você e o então deputado Geraldo Bulhões, colegas de bancada de
Fernando Collor, aproximaram-se dele e se aliaram, começou a ser
Parido o novo Renan.

Há quem diga que você é um analfabeto de raro polimento, um intuitivo.
Que nunca leu nenhum autor de economia, sociologia ou direito. Os seus
colegas de Universidade diziam isso. Longe de ser um demérito, essa
sua espessa ignorância literária faz sobressair, ainda mais, o seu
talento De vencedor. Creio que foi a casa pobre, numa rua descalça de
Murici, que forneceu a você o combustível do ódio à pobreza e o ser
pobre. E Renan Calheiros decidiu que, se a sua política não serviria
ao povo em nada, a ele próprio serviria em tudo. Haveria de ser
recebido em Palacios, em mansões de milionários, em Congressos
estrangeiros, como um príncipe, e quando chegasse a esse ponto, todos
os seus traumas banhados no rio Mundaú, seriam rebatizados em Fausto e
opulência; "Lá terei a mulher que quero, na cama que escolherei. Serei
amigo do Rei."

Machado de Assis, por ingênuo, disse na boca de um dos seus
personagens: "A alma terá, como a terra, uma túnica incorruptível."
Mais adiante, porém, diante da inexorabilidade do destino do
desonesto, ele advertia: "Suje-se, gordo! Quer sujar-se? Suje-se,
gordo!"

Renan Calheiros, em 1986, foi eleito deputado federal pela segunda
vez. Nesse mandato, nascia o Renan globalizado, gerente de resultados,
ambição à larga, enterrando, pouco a pouco, todos os escrúpulos da
consciência. No seu caso, nada sobrou do naufrágio das ilusões de
moço! Nem a vergonha na cara. O usineiro João Lyra patrocinou essa sua
campanha com US1.000.000. O dinheiro era entregue, em parcelas, ao seu
motorista Milton, enquanto você esperava, bebericando, no antigo Hotel
Luxor, av. Assis Chateaubriand, hoje Tribunal do Trabalho.

E fez uma campanha rica e impressionante, porque entre seus eleitores
havia pobres universitários comunistas e usineiros deslumbrados, a
segui-lo nas estradas poeirentas das Alagoas, extasiados com a sua
intrepidez em ganhar a qualquer preço. O destemor do alpinista, que ou
chega ao topo da montanha - e é tudo seu, montanha e glória - ou
morre. Ou como o jogador de pôquer, que blefa e não treme, que blefa
rindo, e cujos olhos indecifráveis Intimidam o adversário. E joga
tudo. E vence. No blefe.

Você, Renan não tem alma, só apetites, dizem. E quem, na política
brasileira, a tem? Quem, neste Planalto, centro das grandes
picaretagens nacionais, atende no seu comportamento a razões e
objetivos de interesse público? ACM, que, na iminência de ser cassado,
escorregou pela porta da renúncia e foi reeleito como o grande coronel
de uma Bahia paradoxal, que exibe talentos com a mesma sem-cerimônia
com que cultiva corruptos? José Sarney, que tomou carona com Carlos
Lacerda, com Juscelino, e, agora, depois de ter apanhado uma tunda de
você, virou seu pai-velho, passando-lhe a alquimia de 50 anos de
malandragem?

Quem tem autoridade moral para lhe cobrar coerência de princípios? O
presidente Lula, que deu o golpe do operário, no dizer de Brizola, e
hoje hospeda no seu Ministério um office boy do próprio Brizola? Que
taxou os aposentados, que não o eram, nem no Governo de Collor, e
dobrou o Supremo Tribunal Federal? No velho dizer dos canalhas, todos
fazem isso, mentem, roubam, traem. Assim, senador, você é apenas o
mais esperto de todos, que, mesmo com fatos gritantes de improbidade,
de desvio de conduta pública e privada, tem a quase unanimidade deste
Senado de Quasímodos morais para blinda-lo.

E um moço de aparência simplória, com um nome de pé de serra - Siba -
é o camareiro de seu salvo-conduto para a impunidade, e fará de tudo
para que a sua bandeira - absolver Renan no Conselho de Ética -
consagre a sua carreira. Não sei se este Siba é prefixo de sibarita,
mas, como seu advogado in pectore, vida de rico ele terá garantida.
Cabra bom de tarefa, olhem o jeito sestroso com que ele defende o
chefe... É mais realista que o Rei. E do outro lado, o xerife da
ditadura militar, que, desde logo, previne: quero absolver Renan.

Que Corregedor!... Que Senado!...Vou reproduzir aqui o que você
declarou possuir de bens em 2002 ao TRE. Confira, tem a sua
assinatura:

1) Casa em Brasília, Lago Sul, R$ 800 mil;
2) Apartamento no edifício Tartana, Ponta Verde, R$ 700 mil;
3) Apartamento no Flat Alvorada, DF, de R$ 100 mil;
4) Casa na Barra de S Miguel de R$ 350 mil.

E SÓ.

Você não declarou nenhuma fazenda, nem uma cabeça de gado! Sem levar
em conta que seu apartamento no Edifício Tartana vale, na realidade,
mais de R$1 milhão, e sua casa na Barra de São Miguel, comprada de um
comerciante farmacêutico, vale mais de R$ 2.000.000. Só aí, Renan,
você DECLARA POSSUIR UM PATRIMONIO DE CERCA DE R$ 5.000.000.

Se você, em 24 anos de mandato, ganhou BRUTOS, R$ 2 milhoes, como
comprou o resto? E as fazendas, e as rádios, tudo em nome delaranjas?
Que herança moral você deixa para seus descendentes?

Você vai entrar na história de Alagoas como um político desonesto, sem
escrúpulos e que trai até a família. Tem certeza de que vale a pena?
Uma vez, há poucos anos, perguntei a você como estava o maior
latifundiário de Murici. E você respondeu: "Não tenho uma só tarefa de
terra. A vocação de agricultor da família é o Olavinho." É verdade,
especialmente no verde das mesas de pôquer!

O Brasil inteiro, em sua maioria, pede a sua cassação. Dificilmente
você será condenado. Em Brasília, são quase todos cúmplices. Mas olhe
no rosto das pessoas na rua, leia direito o que elas pensam, sinta o
desprezo que os alagoanos de bem sentem por você e seu comportamento
desonesto e mentiroso. Hoje perguntado, o povo fecharia o Congresso.
Por causa de gente como você!

Por favor, divulgue esta minha carta para o Brasil inteiro, para ver
se o Congresso cria vergonha na cara.

Os alagoanos agradecem.

Thereza Collor

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